quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

!! Incompleto, porém profético...!!

O Pranto da Lua

Estava a Lua a pensar.

Pensar, que lhe trazia a covardia.

E naquela dor ela se esvaia em sangue. Não o sangue do corpo, mas o sangue da alma.

A dúvida perseguia seus sonhos. Os medos, as inseguranças... tudo aquilo que fazia dele seu maior sonho e seu maior pesadelo.

Absorvida pelo escuro da própria mente, ela via a luz do Sol.

Mas seria o Sol o seu melhor destino?

E pior. Que destino teria a Lua em amar o Sol daquela maneira?

Dos gigantes que habitavam sua superfície, nenhum deles saberia dizer do que se tratava a real melancolia, mas percebiam na terra antes fértil e verdejante, a rudeza do solo árido.

De real, talvez não houvesse nada...

Os olhos daquela que os homens chamam de Mãe dos Amantes, sofria pelo frio da solidão sem fim.

Enquanto isso, do outro lado do eixo infinito da distância, sorria-lhe o Sol como sempre. Tão belo e gigante se postava no céu como imperador das estrelas.

Seu brilho incomensurável tomava toda a Terra de luz.

Enquanto a Lua apenas o observava do outro lado do horizonte.

Quisera ela livrar-se um dia apenas da força gravitacional do universo para entregar-lhe os lábios proféticos.

Era sua escuridão imensa demais.

E toda a admiração que lhe atribuíam, durava apenas enquanto o Sol deitava sobre ela sua luz dourada.

Mas que dor era ver o Sol venerado, a aquecer tantas estrelas, que não só a ela.

Doía-lhe o profundo e sacro desejo. Que só acrescentar-lhe-ia ainda mais pesares no oculto céu da noite.

E dessa maneira, o manto dela se desfez em pranto, ao minguar-se a luz, enquanto esta fugia ininterruptamente da claridade do Sol.

E minguando ia, até que sumiu por completo da visão do céu.

E da mesma forma, o Sol continuou a iluminar radiante, suas estrelas.

No escuro novamente, porém agora ainda mais só, ela olhava para o Sol tão distante e tão feliz a sorrir contemplativo.

Por uma semana inteira ela chorou o pranto que cobriu a terra dos homens com sua escuridão.

E um a um, foram-se os gigantes vagando em busca de luz.

Seu choro se calou pela vontade que tinha de regressar ao Sol.

E o Sol em seu mesmo lugar mandava sua luz a tudo que tinha vida.

Sete dias levou a Lua para voltar e entregar-se, ainda que distante, a seu Sol.

Quando completa ela estava, e iluminada, olhou para diante de si, e viu sorrir como nunca, o Sol.

Por uma semana ela foi vista inteira e repleta de luz.

Ela, mãe e rainha da escuridão.

Brilhava o sol tão intenso e forte!

O que a deu a capacidade irradiar a luz que recebia dele.

Voltou-se, porém, para trás de si, e pôde ver milhares de estrelas brilhando.

Estrelas que antes não estavam ali.

Estrelas a quem o Sol contemplava.

Essa é a história da Lua, que se envolve no manto do amor e por ele sofre mês a mês, Esperando que um dia, a luz do Sol contemple somente a ela.


Lana Aurik

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