Assisti hoje pequenas extrações de uma série catalã chamada "El color de la Ciutat", mais especificamente 57 trechos de uma história homossexual entre dois adolescentes que são personagens da série. Eu me encantei e me apaixonei pela história, pela profundidade da trama e pela maneira como foi brilhantemente abordada. Sem censura, sem cortes, com beijos reais e apaixonados entre os dois atores.
Meus brios "quase homossexuais" foram despertados e postos à prova nas últimas semanas. Embora me caracterize como uma heterossexual, não sei se por criação, bom senso, índole ou caráter, sou absolutamente adepta da causa homossexual e no meu mundo não cabe esse tipo banal de preconceito ultrapassado.
Confesso que às vezes é difícil manter certas opiniões expostas, sobretudo, quando você é testado em ambiente de trabalho, ainda assim, procuro ser eu mesma. Uma vez um cara muito sábio me disse que se eu fosse assim apanharia muito na vida, que eu até poderia ter minha opinião, mas que a "faxada" era essencial. Obviamente ficava revoltada sempre que ouvia isso e achava absurdo, mas tinha que ouvir, afinal, ele era uma pessoa sábia.
Mas esse cara não gostava de meninos com piercing, cabeludos nem de comportamentos fora dos padrões. Hoje ele é um menino de piercing, cabeludo (e quase metrosexual) que vive uma vida desregrada e me contou alguns trechos de seu passado que escondeu por muitos anos em sua "faxada". Acho que ele é mais feliz hoje.
Talvez eu ainda leve muitas porradas da vida, e talvez eu não consiga ser o que sempre sonhei: uma escritora bem sucedida ou uma atriz... provavelmente não, porque eu fiz algumas escolhas na minha vida que me desviaram disso, mas mesmo assim, mesmo assim, ao menos aqui, onde eu posso queimar cada verdade da minha alma, eu serei verdadeira, mas eu sei que corro riscos, porque essa minha personalidade sempre toma conta de mim. Mãe, a culpa é sua!!! As chances eram muito maiores de ser artista sendo filha de artista!!!
Como já disse algumas vezes: Não é que eu não tenha preconceitos, tenho muitos, mas diferente de algumas pessoas eu tenho vergonha deles. Têm gente por aí que asteia bandeiras contra este ou aquele segmento, eu, quando me deparo sendo preconceituosa tenho vergonha de mim mesma por ser assim.
Outro dia me disseram: "Essa coisa de homossexual só vai acabar quando Jesus voltar à Terra"
E sabe o que eu pensei a respeito disso? Que se algum dia Jesus se der ao trabalho de voltar à Terra, ele vai beijar um homem na frente de todos para que então, quem sabe, a humanidade aprenda que neste mundo AMAR É INCONDICIONALMENTE LIVRE! - Pena que eu tenha sido covarde demais para não só pensar, também dizer.